Mais um trabalho concluído, emoldurado de especial carinho e algum sentimentalismo.
É um óleo da rua do Pelourinho, olhando para a cidade, em tela de 40x100 cm.
Este recanto foi palco da minha meninice e juventude.
Ao cimo das escadinhas, numa casinha humilde, ali viveu a família durante largos anos.
Hoje, à semelhança de maior parte das habitações localizadas na parte velha da cidade, a casa está devoluta e, envergonhemo-nos desta realidade, foi abandonada, tendo sido entretanto “blindada” pela aplicação de cimento e tijolo nas suas portas e janelas. Parece ser a única forma de enfrentar a libertinagem, que grassa impune também na nossa cidade.
Ali convivemos e gozámos saudavelmente os tempos da mocidade.
Recordo os saudosos amigos Franklim, o Luis Leite da Costa e os manos Carlos Manuel e Fernando Patrício, que infelizmente já não estão entre nós; o Victor Elias e seus irmãos; o Heleno, o Carlos Silva e o Tó Ramos, o mais reguila de todos. Mas, apesar de alguma e pontual irreverência, sempre soubemos manter uma postura exemplar, ocupando os tempos livres sem TV, telemóveis ou computadores, com os jogos e as brincadeiras tradicionais de então.
Saudades, quem as não tem...

5 comentários:

Rui Pascoal disse...

Ora aqui está mais um precioso trabalho de um bonito recanto da nossa cidade.
Os meus sinceros parabéns Arnaldo.

SilvaRocha disse...

Pois é, Caro Arnaldo, o teu trabalho de minúcia é incomparável. Os pormenorzinhos que consegues colocar na tela, são de um rigor impressionante. Olhe-se para os telhados, para as plantas, para as persianas e parece impossível que tudo tenha sido pintado com pincel... PARABÉNS!

Arnaldo disse...

Fico sem palavras para agradecer tamanhos elogios dos meus amigos Rui Pascoal e Silva Rocha.
Bem hajam, pelo incentivo que as vossas referências representam para mim.

Anónimo disse...

Gostava de te dizer o que me vai na alma naqueles momentos em que dou comigo a olhar a nossa terra guiado pelo olhar do teu pincel, que parece saber bem descrever o quão bela é a nossa cidade. Leiria deve muito à tua perseverança em manter viva a memória do que foi, porque alguns qua se dizem amantes da cidade do Lis, apenas dela têm ideia, porque não a viveram, como nós fizemos no te canto que recordas para memória futura.
Um abraço do Victor.

Arnaldo disse...

Não sou ambicioso e muito menos pretendo ser famoso, caro amigo Victor. Apenas procuro retratar este tipo de mensagens, eventualmente para memória futura, ocupação que me dá bastante prazer e me transporta grande satisfação quando chega o momento de assinar a tela.
Mesmo assim, obrigado pelas tuas palavras de amigo.
Um forte abraço.

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