No início da Rua Damião de Góis, na época da floração, podemos apreciar a imagem que escolhi como tema da minha última tela - um óleo de 35x60 cm.
Este recanto, para além da inspiração que me proporcionou, transporta também, e muito principalmente, recordações da minha infância. Era ali a partida e a meta das nossas corridas de arco.
Lembram-se desse antigo e modesto desporto? As caricas, depois de achatadas, serviam como autênticas medalhas para condecorar os campeões!
Agora... agora ... na era do progresso galopante, já não há brincadeiras como as de outrora. Os telemóveis e computadores, que observamos na mão dos novos personagens da infância actual, destronaram tudo isso.
São conquistas com que temos de nos actualizar, mas lá que era mais saudável, lá isso era.

 

6 comentários:

a d´almeida nunes disse...

As caricas a servirem como medalhas, depois de devidamente achatadas. Dessa não me recordo. Vivi esses tempos em Viseu, mesmo no centro da cidade, ma rua do Loureiro, perto da Sé, usávamos as caricas para fazer jogos de futebol. Tirávamos a parte de cortiça que servia para vedar o líquido das garrafas, cobríamo-la com pano da cor dos nossos clubes (Benfica, Sporting, Belenenses, Académica, ainda mal se falava do Porto) e recolocávamos essa parte já recomposta.
Grandes campeonatos que fizemos na minha rua e nas ruas à volta! Transformávamos os pátios acimentados em campos de futebol e aí tínhamos a rapaziada em competição.

Vá-se falar destas brincadeiras e outras que tais à juventude de agora!

Que tenha um Bom Ano de 2013,amigo Arnaldo.

Arnaldo disse...

migo Nunes,
Agradeço e retribuo os votos formulados, que desejo também extensivos a todos os seus.
Interessante o seu comentário. Na verdade, outros tempos.
As caricas eram objectos versáteis, com muitas aplicações. Lembro-me que serviam de autênticos "fórmula um" nas corridas que fazíamos nos degraus das escadas da Rua do Pelourinho, entre outras.

Rui Pascoal disse...

Quando tinha os meus cinco anos parti a perna esquerda à conta das caricas. Depois do gesso fui recompensado com um saco cheio delas. Olha só o que me foste lembrar... ao pé de ti e da tua pintura sinto-me, como outrora, um verdadeiro coxo.
:)
Parabéns Arnaldo!

Arnaldo disse...

Amigo Pascoal,
Não te substimes tanto. A forma como vens a desenvolver a tua arte não tem nada em comum com os coxos.
Estás a correr em muito boa forma.

Anónimo disse...

Olha lá, Arnaldo Amigo... achas bem estares a fazer saudades cá ao rapaz? Esta foi a rua da minha infância, pois morava mesmo em frente à Rosa Maria Brás Medeiros, nas casas do Carlos Silva... que o teu pincel quase apanhou neste quadro. Quanto às cricas voadoras que faziam as nossas delícias infantis, eram melhores que as consolas actuais, pois podiam ser abandonadas que logo se arranjava outra.
Um Bom 2013 para a Família Barateiro, com um abraço especial para o Arnaldo e o Henrique, com a continuação de Festas Felizes do Victor Elias e Família.

Arnaldo disse...

Pois é, amigo Victor, saudades quem as não sente...A rapaziada daqueles tempos tinha de recorrer à sua criatividade, sem reevindicar fosse o que fosse, inventando até os seus brinquedos. Só mais tarde tivemos acesso a carrinhos de rolamentos, também por nós produzidos. Lembras-te?!

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