Mais um trabalho concluído, emoldurado de especial carinho e algum sentimentalismo.
É um óleo da rua do Pelourinho, olhando para a cidade, em tela de 40x100 cm.
Este recanto foi palco da minha meninice e juventude.
Ao cimo das escadinhas, numa casinha humilde, ali viveu a família durante largos anos.
Hoje, à semelhança de maior parte das habitações localizadas na parte velha da cidade, a casa está devoluta e, envergonhemo-nos desta realidade, foi abandonada, tendo sido entretanto “blindada” pela aplicação de cimento e tijolo nas suas portas e janelas. Parece ser a única forma de enfrentar a libertinagem, que grassa impune também na nossa cidade.
Ali convivemos e gozámos saudavelmente os tempos da mocidade.
Recordo os saudosos amigos Franklim, o Luis Leite da Costa e os manos Carlos Manuel e Fernando Patrício, que infelizmente já não estão entre nós; o Victor Elias e seus irmãos; o Heleno, o Carlos Silva e o Tó Ramos, o mais reguila de todos. Mas, apesar de alguma e pontual irreverência, sempre soubemos manter uma postura exemplar, ocupando os tempos livres sem TV, telemóveis ou computadores, com os jogos e as brincadeiras tradicionais de então.
Saudades, quem as não tem...

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